Neste dia 17/08, no Dia Nacional do Patrimônio Histórico, é lançado para todo o Estado um documentário em homenagem aos principais Cururueiros de Corumbá e Ladário.
Com o intuito de preservar a essência do Cururu e levantar um importante registro histórico dessa manifestação cultural, o documentário coletou relatos que colaboram com a perpetuação e a manutenção da tradição, encontrando em Corumbá e Ladário personagens importantes nas manifestações culturais que alimentam o imaginário do Cururu e do Siriri em Nosso Estado.
Os Cururueiros são os detentores do conhecimento de como fazer a Viola de cocho: um instrumento musical artesanal. A forma de fazer essa viola foi reconhecida pelo IPHAN como Patrimônio Cultural Brasileiro no ano de 2005, este bem patrimonial tem ocorrência em Corumbá e Ladário e é compartilhado com o Estado do Mato Grosso.
Esse documentário foi financiado pela Lei Emergencial da Cultura- Lei Aldir Blanc, por meio da Fundação da Cultura e do Patrimônio Histórico de Corumbá. E ele tem como objetivo documentar parte da história e atuação desses guardiões do patrimônio, 16 anos após ser declarado como integrante do patrimônio cultural brasileiro.
Os Cururueiros são detentores desse saber que é patrimônio brasileiro, eles possuem trajetórias de vida diferentes e variadas vivências no universo da viola de cocho.
Com depoimentos e colaboração de Cururueiros tradicionais da região, o trabalho mostra a produção dessa viola, o principal instrumento do Cururu e do Siriri, duas danças típicas que serviam para unir familias e povoados inteiros em época de festas santas.
Eles confeccionam artesanalmente o instrumento deles (viola de cocho, ganzá e mocho), compõem suas toadas, guardam na cabeça essas composições e as tocam em roda, na viola de cocho com uma dança de sapateado próprio.
Neste trabalho, seis Cururueiros relatam parte de sua atuação e trajetória, as barreiras que eles enfrentam hoje e o amor que eles têm pela viola de cocho:
Antônio de Souza Brandão, Vitalino Soares Pinto, Gilbertinho Casemiro, João Cristo Moura, Otávio Sebastião Oliveira, Sebastião de Souza Brandão protagonizam esse documentário.
O documentário foi dirigido e proposto pela socióloga corumbaense Wanessa Rodrigues, proprietária da Empresa Saber Cultura, consultoria e Projetos Culturais.
Quando o Cururu e o Siriri ocorriam de forma mais intensa, essas localidades como Corumbá e Ladário mantinham uma estreita relação com outros ambientes que também são banhados pelas águas do Rio Paraguai e seus afluentes, com a circulação de indivíduos e suas ideias, crenças e tradições.
Atualmente o Cururu vem perdendo espaço diante da modernidade, das transformações culturais, já que a cultura de massa acabou atingindo até mesmo os descentes dos cururueiros, que acabaram muitas vezes não se sentindo atraídos pela manutenção da tradição na família e dessa forma a tradição e a cultura do Cururu está se perdendo entre as gerações.
Esse pequeno grupo de anciãos cururueiros com dificuldades procura manter viva a tradição e tenta repassar um pouco dessa cultura histórica a fim de que nao se perca.
Agradecimentos: Antonio Roberto da Costa, Robertinho – Cururueiro Guató,Vergilio Antonio da Costa (in memorian), Agripino Magalhães (in memorian), João Damásio (in memorian) e todos Cururueiros que dedicaram suas vidas a manterem essa prática cultural.
Participaram do Trabalho:
Direção: Wanessa Rodrigues
Pesquisa Cultural: Edivânia Freitas e Wanessa Rodrigues
Roteiro: Edivânia Freitas e Wanessa Rodrigues
Produção Audiovisual: Emmanuel Cavasana.
Acesse o Documentário no Yout Tube:
*Da redação