As principais vias de escoamento de produção e de acesso aos atrativos de turismo no Pantanal de Corumbá estão recebendo manutenção do Estado, por meio da Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos). O tráfego em boas estradas também auxilia os produtores na retirada do gado de áreas da planície (baixas) que foram inundadas ou podem receber água dos afluentes do Rio Paraguai.
“Não deveremos ter uma cheia este ano, mas em caso de inundações repentinas temos a segurança de sair rapidamente com os animais em caminhões das fazendas, reduzindo custos e tempo ao colocar a boiada a pé”, disse Luciano Leite, presidente do Sindicato Rural de Corumbá, município com o segundo maior rebanho (1,9 milhão de cabeças) do Brasil.
A presença permanente dos maquinários e operários ao longo da malha viária pantaneira, segundo o dirigente ruralista, também beneficiará a próxima campanha de vacinação contra a aftosa, em maio, que culmina com o desmame dos bezerros e sua comercialização ao mercado de engorda e corte. “O governo implantou desvios nas pontes queimadas, isso nos dá mobilidade e segurança”, destaca.
Pesca e ecoturismo
Para o turismo, em tempos difíceis com a pandemia do coronavírus, o acesso às pousadas e aos pesqueiros situados ao longo da Estrada-Parque (MS-184 e MS-228) garante o fluxo de visitantes e a manutenção da atividade. “A logística sempre foi nossa maior dificuldade, mas agora temos estradas e pontes conservadas”, atesta o empresário João Venturini, dono da Pousada São João.
A facilidade de chegar aos atrativos tem amenizado os impactos econômicos, segundo o trade turísticos da região, com a queda acentuada do fluxo de turistas de natureza e de pesca. No Porto da Manga e no Passo do Lontra, às margens dos rios Paraguai e Miranda, hotéis e pesqueiros estão recebendo clientes que chegam em carros de passeio. As pousadas continuam operando normalmente com ecoturismo.
“Reduzimos nossas reservas em 30%, selecionando aqueles grupos em família, de pessoas que estão isoladas, muitas na área rural, e se cuidando. Temos recebido muitos grupos do interior do Estado”, informa João Venturini, um dos pioneiros da Estrada-Parque. “Também começamos a receber estrangeiros que residem no Brasil, mas não em grupos, e vamos nos mantendo esperando a vacina.”
Serviços continuam
A Agesul concluiu o serviço de manutenção em 90 km da Estrada-Parque, trecho que recebe maior tráfego de caminhões boiadeiros, principalmente na última semana do mês, quando ocorre o maior leilão pantaneiro, com a comercialização de cinco mil animais. Os últimos 30 km, do Morro Grande (MS-228) ao Lampião Aceso (BR-262), estão na programação de recuperação para o mês de abril.
O regional da Agesul em Corumbá, Luís Mário Anache, informou que nesta semana os serviços foram retomados em 38 km da MS-432, entre o Morro Grande (MS-228) e a BR-262, passando pelo distrito de Albuquerque, região de turismo de pesca. Outra equipe contratada pela agência opera na MS-195 e, na sequência, fará o restauro de 75 km da MS-325, ambas no Pantanal do Nabileque, e da MS-428 (Codrasa, em Ladário).
O serviço de manutenção e cascalhamento das estradas estaduais inclui as centenas de pontes de madeira que auxiliam na vazão das águas. Nos trechos onde as travessias foram interrompidas devido a queima das estruturas durante os incêndios no Pantanal, no ano passado, a Agesul vem dando atenção especial aos desvios, especialmente nas MS-423, MS-195 e MS-184, onde o fogo destruiu 15 pontes.
*Subscretaria de Comunicação