As exportações de produtos industrializados de Mato Grosso do Sul nos primeiros sete meses deste ano cresceram 41,4% com relação ao mesmo período do ano passado e já somam US$ 1,5 bilhão contra US$ 1 bilhão de janeiro a julho de 2010, conforme levantamento do Radar Industrial da Fiems com base nos dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Além disso, o valor alcançado no período já é superior ao obtido em todo o ano de 2009, quando a receita com as exportações de industrializados nos respectivos anos somou US$ 1,3 bilhão.
Na avaliação do presidente da Fiems, Sérgio Longen, com o registro de crescimento das vendas ao exterior mês após mês, é possível projetar que, ao fim deste ano, a receita deve alcançar US$ 2,5 bilhões, superando os US$ 2,1 bilhões obtidos no ano passado pelo setor industrial do Estado. Ainda segundo o levantamento do Radar da Fiems, a receita do setor industrial manteve o percentual de 70% sobre tudo que foi exportado por Mato Grosso do Sul nos sete primeiros meses deste ano.
Em relação ao ano anterior, verifica-se que a participação das exportações de industrializados apresentou expansão, tanto no comparativo mensal, quanto no acumulado do ano, com elevações de 1,5 e 2,6 pontos percentuais, respectivamente. Na avaliação apenas da receita obtida no mês de julho, quando as vendas externas de industrializados alcançaram US$ 232,3 milhões, o crescimento com relação ao mesmo período do ano passado foi de 14,3%, quando o valor foi de US$ 203,3 milhões. Quanto à participação relativa, no mês, as vendas externas de industrializados atingiram a marca de 67,3% de tudo o que foi exportado por Mato Grosso do Sul.
Além disso, em receita, igualmente aos meses anteriores, julho de 2011 mantém o mesmo comportamento e também se consolida como o melhor resultado já obtido para o mês em toda a série histórica da exportação de industrializados em Mato Grosso do Sul. Com o último resultado, até o momento, são 21 quebras consecutivas de recorde no comparativo com igual mês ao longo da série.
Já com relação ao volume, no acumulado do ano, o total alcança 4,64 milhões de toneladas, aumento de 24% em relação à igual período de 2010, quando foi vendido ao exterior o equivalente a 3,75 milhões de toneladas de produtos industrializados. No mês de julho, a exportação de industrializados alcançou o equivalente a 811,5 mil toneladas, indicando, deste modo, um crescimento de 34,2%, em volume, sobre igual mês do ano anterior, quando as vendas externas somaram 604,6 mil toneladas.
Principais grupos
Nos sete primeiros meses deste ano, os principais destaques são os grupos “Complexo Carne”, “Extrativo Mineral”, “Açúcar e Álcool” e “Papel e Celulose”. Até o momento, em 2011, os produtos de maior destaque no “Complexo Carne” são os pedaços e miudezas congelados de galos e galinhas, carnes secas e salgadas de outros animais, outras carnes de suínos congeladas, carnes congeladas de galos e galinhas não cortados em pedaços e outras miudezas comestíveis congeladas de bovinos, que proporcionaram um acréscimo, em receita, no comparativo com 2010, equivalente a US$ 37, US$ 10,4, US$ 8,3, US$ 5,8 e US$ 5 milhões, respectivamente.
Contudo, as carnes desossadas e congeladas de bovinos, principal produto do grupo, com participação de 37,7% sobre as receitas totais do mesmo, obteve, na mesma comparação, uma redução equivalente a US$ 82,2 milhões. Tal desempenho, como indicado nos últimos levantamentos, segue influenciado, em boa medida, pelas reduções ocorridas em importantes compradores, especialmente aqueles que passam por conflitos internos de ordem política, notadamente no mundo árabe. Reflexo de tal situação se verifica no comparativo das vendas do produto em questão para países como Irã, Argélia, Emirados Árabes Unidos, Egito e Jordânia, que, somados, apresentaram uma redução de US$ 59,6 milhões ou 40,2%.
Já no grupo “Extrativo Mineral” o valor alcançado, no ano, ficou em US$ 345,4 milhões, com destaque para a elevação ocorrida nas exportações de minérios de ferro em bruto, que até o momento, totalizaram US$ 334,9 milhões ou 97% da receita total, resultando, deste modo, em uma receita 122,3% maior que a obtida em igual intervalo de 2010, mesmo com uma expansão, em volume, na mesma comparação, de 18,1%. Em valores absolutos, o ganho, em receita, supera os US$ 184,2 milhões.
No grupo “Açúcar e Álcool”, no acumulado do ano, a receita de exportação alcançou o equivalente a US$ 265,4 milhões, indicando, sobre 2010, um crescimento nominal de 138,5% na receita, resultando em um valor adicional de US$ 154,1 milhões. Já em volume, na mesma comparação, a variação foi de 90,2%, aumento superior a 258 mil toneladas. Em relação aos compradores, os principais são a Rússia, com US$ 79,7 milhões ou 30%, Bangladesh, com US$ 21,9 milhões ou 8,3%, Geórgia, com US$ 17,1 milhões ou 6,4%, e Venezuela, com US$ 16,2 milhões ou 6,1%.
Quanto às exportações de “Papel e Celulose” o destaque, naturalmente, continua por conta da pasta química de madeira semibranqueada (celulose), que, até agora, em 2011, registrou uma receita de exportação equivalente a US$ 229,2 milhões ou 90,8% da receita total do grupo. Quando comparado com igual período de 2010, houve um crescimento nominal de 27,1% na receita obtida com o produto. Ainda em relação ao grupo, outro destaque foi observado nas vendas de papel fibra 150g/m², que somaram, até agora, o equivalente a US$ 20,9 milhões ou 8,3% do total, proporcionando, na mesma comparação, uma receita 78,6% maior. Por fim, os principais comparadores, até o momento, são Holanda, com 23,7% ou US$ 59,9 milhões, Itália, com 19,8% ou US$ 50 milhões, e China, com 15,5% ou US$ 39,2 milhões.
Por: Da Redação