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Filho de pedreiro e doméstica, policial morto é velado por 200 pessoas em Coxim

 

O corpo do policial civil Antônio Marcos Roque da Silva, 39 anos, é velado por aproximadamente 200 pessoas no plenário da Câmara Municipal de Coxim, distante 250 quilômetros de Campo Grande. Além de familiares e amigos, muitos colegas de corporação e integrantes de forças de segurança prestigiam a cerimônia.

O velório começou por volta de 8h. O sepultamento de Antônio Marcos está previsto para 10h30min, no cemitério Horto da Paz, também em Coxim, cidade natal do policial.

Antônio Marcos foi morto com tiro na nuca pelo investigado por roubo Ozeias Silveira de Moraes, quando o conduzia em viatura descaracterizada, no fim da tarde de ontem (9), no bairro Itanhangá, região central de Campo Grande. Ozeias matou também outro policial, Jorge Silva dos Santos, 50, e fugiu. Na madrugada de hoje (10), foi morto em confronto com a polícia.

Filho de pai pedreiro e mãe empregada doméstica, Antônio Marcos da Silva é conhecido em Coxim pelos anos de SIG (Setor de Investigações Gerais) na cidade, como conta Gerson Carlos Minini, que se formou com ele na academia de polícia, em 2006, e trabalhou ao lado do amigo durante anos.

Ele tem moção da Câmara de Vereadores, medalha de honra ao mérito, promoção por ato de merecimento, até homenagem do governador [na época, André Puccinelli]. É muito conceituado dentro da polícia pelo que fez na região norte do Estado, tanto que quando pediu transferência para Campo Grande conseguiu na hora”, recorda.

Marcão, como é chamado pelos mais próximos, estava há um ano e três meses na Capital, com a esposa e dois filhos, mas não se adaptou e voltaria para Coxim. A transferência seria publicada nesta semana, diz Minini.

“Já estava autorizado. Ele me ligou, falei para ele da delegacia de Alcinópolis, sobre ele ser lotado lá, que é uma delegacia pequena, mais tranquila”, segue.

Depois de perder o pai em 2017, o policial queria ficar mais perto da mãe, que vive em Coxim e também pedia o retorno do filho.

“A vida dele era família. Não tem ninguém em Coxim que fale mal do Antônio Marcos. Não tinha inimigos, uma pessoa boa de coração. Tinha seus defeitos. Era implicante, detalhista, sistemático, mas sempre preocupado em resolver as coisas para os outros. Tinha um senso de humanidade enorme”, continua o amigo e colega de corporação.

Marcão era graduado em Direito e História. A morte repentina pôs fim ao sonho que mais nutria recentemente, de se tornar delegado. Ele já havia sido aprovado para a segunda fase de concurso no Espírito Santo.

*Informações CG News