Corumbá

Conferência de Vigilância em Saúde discute política nacional para o setor

Abertura da conferência aconteceu no auditório do Centro de Convenções, na tarde desta quinta-feira (Foto: Renê Marcio Carneiro)

 

Abertura da conferência aconteceu no auditório do Centro de Convenções, na tarde desta quinta-feira (Foto: Renê Marcio Carneiro)

A 1ª Conferência Macrorregional de Vigilância em Saúde de Corumbá teve início na tarde desta quinta-feira, 17 de agosto, no Centro de Convenções Miguel Gómez, no Porto Geral. Com participação da população ladarense e corumbaense, o evento levou ao público palestras de dois subeixos do tema principal: “Política Nacional de Vigilância em Saúde e o fortalecimento do SUS como direito à proteção e promoção de saúde ao povo brasileiro”. A conferência terá continuidade nesta sexta-feira, 18 de agosto, com palestras sobre mais dois subeixos, atividades em grupo e formulação de propostas.

“Essa conferência vem ao encontro da necessidade de fortalecer as políticas públicas de Vigilância em Saúde. Vão sair propostas municipais dessa macrorregional, com participação de Corumbá e Ladário, para a conferência estadual. Passando pela estadual, essas propostas podem seguir para a conferência nacional e até se transformar em diretrizes de políticas públicas. Esse momento é muito importante para ouvir os usuários e trabalhadores, por isso fizemos uma mobilização bem intensa para que a população pudesse participar e trazer sugestões”, afirmou Viviane Ametlla, gerente da Vigilância em Saúde da Prefeitura de Corumbá.

Ela explicou que a Vigilância em Saúde é um complexo de ações que objetivam minimizar o risco das pessoas contraírem doenças. Nesse contexto, há a Vigilância Sanitária, Vigilância Ambiental, Centro de Controle de Vetores e Zoonoses, além da Vigilância Epidemiológica. “Esse complexo de ações de segmentos denomina-se Vigilância em Saúde, constantemente em alerta para riscos que possam ocorrer no território onde está inserida”, explicou Viviane.

Ela lembrou que as propostas das conferências livres, realizadas nos meses de julho e agosto, serão inseridas no documento final da Conferência Macrorregional. Ametlla frisou que a Vigilância em Saúde permeia todo o território municipal, ou seja, zona urbana, rural e ribeirinha. “Vamos retomar essas conferências livres porque podemos fazê-las até setembro e faltam algumas regiões que não conseguimos fazer como Porto Esperança. Queremos conversar com o pessoal do CRAS para ver se conseguimos conversar com as famílias. A Vigilância em Saúde permeia o território do município inteiro e como somos fronteira, temos que levar essas propostas para a conferência estadual para termos um olhar diferenciado”, disse Viviane.

Para Rogério Leite, secretário municipal de Saúde, a conferência significa fortalecer o conceito do SUS e tentar desenvolver ações de promoção e prevenção de saúde. “Queremos construir uma forma coesa de participação entre a Vigilância Sanitária, Vigilância Epidemiológica, Vigilância Ambiental, Vigilância em Saúde em si para fazer essa participação com outras secretarias e gerências na busca de promoção e prevenção, visto que somos área de fronteira. Somos região endêmica de doenças como dengue, zika e chikungunya, como também somos atingidos pela raiva. É basicamente isso, fortalecer o SUS e utilizar essa conferência como instrumento de trabalho para nos nortear nessas ações da Vigilância em Saúde”, disse o secretário.

Vigilância em Saúde dentro do SUS e responsabilidades da administração pública

Logo após a abertura oficial do evento e a leitura do regulamento, houve duas palestras. A primeira proferida pela enfermeira Keyla Brito, gerente da Vigilância em Saúde do município de Ladário. “Essa conferência é algo único, visto que quando se fala em endemias e zoonoses ou qualquer doença em si não existe fronteira”, disse a palestrante. “Acho que é um passo muito importante que estamos dando nessas ações de Vigilância em Saúde e acredito que isso vai gerar bastante êxito no trabalho em campo. A gente espera participação intensa da população para que a gente consiga ter uma proposta de trabalho direcionada à região de fronteira e que nos ajude na prevenção das doenças”, completou.

Depois do discurso de Keyla Brito, que falou sobre “O Lugar da Vigilância em Saúde no SUS”, a conselheira estadual de saúde e auditora federal do SUS, Luzia Japira Alves Pereira, palestrou sobre as responsabilidades do Estado e dos Governos com a Vigilância em Saúde. Para Reinaldo Aparecido dos Santos, presidente da comissão organizadora da conferência, a possibilidade de propostas de Corumbá alcançarem o âmbito nacional não é difícil. “Eu espero muito dessa conferência porque é a primeira da Vigilância em Saúde, é um marco muito importante para a Saúde de Corumbá. Vamos batalhar para que uma proposta nossa chegue até a conferência nacional, já que na última Conferência Nacional de Saúde, uma proposta nossa foi aprovada”, lembrou Reinaldo.

Proposta de corumbaense foi aprovada na última Conferência Nacional de Saúde

O corumbaense Davi Vital do Rosário é conselheiro estadual de saúde e membro da comissão intersetorial da Vigilância em Saúde no Conselho Municipal de Saúde. Também é membro da comissão de formulação e relatório da 1ª Conferência Nacional de Vigilância em Saúde, que será realizada em novembro. Ele faz parte do Conselho de Saúde no segmento dos usuários e é representante da Associação Corumbaense de Pessoas com Doença Falciforme. Ele contou que na 15ª Conferência Nacional de Saúde, em 2015, uma proposta de sua autoria foi aprovada com 87% dos votos. E, por isso, acredita na possibilidade de uma proposta de Corumbá sair para a 1ª Conferência Nacional de Vigilância em Saúde.

“Na conferência de saúde que teve em Corumbá, antes da nacional, em 2015, incluí uma proposta que foi aprovada e passou também pela estadual. A proposta era específica da Doença Falciforme na questão do atendimento emergencial nas unidades de pronto-socorro e UPA, locais que têm a classificação de risco. A Doença Falciforme não estava na classificação de risco e fiz a proposta para classificá-la na cor amarela, como emergência. Na conferência nacional, a proposta também foi aprovada. Então, hoje, qualquer pessoa com Doença Falciforme no Brasil que chegar ao pronto-socorro ou UPA já tem prioridade no atendimento”, relatou Davi.

Da mesma forma que aconteceu na 15ª Conferência Nacional de Saúde, Davi espera que propostas de Corumbá possam ser aprovadas na 1ª Conferência Nacional de Vigilância em Saúde. “A gente está há muito tempo divulgando essa Conferência Macrorregional porque ela é muito importante por tratar da saúde da população. A Vigilância em Saúde não é só fiscalizar bares e açougues, ela trabalha um todo. Já fizemos várias conferências livres e, como sempre, Corumbá tem esse protagonismo de participar ativamente na parte de controle social com propostas e com pessoas e este ano não vai ser diferente. Estou aguardando mais companheiros para participarmos da Conferência Nacional em novembro”, disse Davi Vital. (Assessoria de Comunicação da PMC)