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CPI da Propina vai convocar Wesley e Joesley Batista para depor em MS

 

Presidente da CPI da Propina, o deputado Paulo Correa (PR) afirmou que vai obedecer todas as etapas da Comissão, mas afirma que vai convidar para depor os empresários Wesley e Joesley Batista, da JBS, responsáveis pela delação premiada que envolve o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e os dois últimos ex-governadores em suposto esquema de recebimento de propina para liberação de incentivos fiscais.

“Vamos estudar os Tares (Termos de Ajuste de Regime Especial) concedidos para efetivamente convocar Wesley, Joesley, Saud e Boni para depor na CPI. Seja por convite ou condução coercitiva”, detalhou.

Foram solicitados à Casa os servidores do TCE-MS (Tribunal de Contas Estadual de Mato Grosso do Sul) e da Sefaz-MS (Secretaria Estadual de Fazenda) para auxiliar nos trabalhos, assim como o advogado a ser contratado para prestar consultoria, com uma resposta para a próxima semana.

O deputado detalha que os Tares representam o maior volume dos valores dentro das denúncias. “Cerca de 70% do dinheiro citado são desses Tares, são os incentivos fiscais. Então a Assembleia quer saber se tudo o que foi dado de benefício foi aplicado na geração de emprego e se as notas tidas como frias correspondem aos produtos comprados”.

Vice-presidente da Comissão, Eduardo Rocha (PMDB) não descarta a possibilidade de os deputados irem in loco visitar as plantas frigoríficas e analisar item a item os produtos. “A ideia é essa. Conseguir juntar a documentação, com o que existe nas plantas e nos depoimentos para encontrar se há falhas ou não”.

Delação

Ao homologar o conteúdo da delação, o ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), tornou público as declarações dos irmãos Batista e demais executivos da holding J & F. Existe um capítulo específico sobre Mato Grosso do Sul, no qual Zeca, Puccinelli e Reinaldo são acusados de cobrarem propina da empresa para concederem benefícios fiscais.

Sobre Zeca, a delação de Wesley confirma versão do irmão, mas pontua que não tem documentos sobre a propina. Já nos governos de Puccinelli e Reinaldo os Batista entregaram uma série de notas fiscais que seriam frias usadas pelos ex-governadores para justificarem o pagamento de propina. Os três ex-governadores negam que tenham cobrado propina do grupo JBS. (Midiamax)