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Ex-rivais, PT e PMDB vivem clima de romance e enfrentam problemas diferentes rumo a 2014

 

Lideranças vivem diferenças entre quem defende aliança e opositores ao romance

Há alguns anos a rivalidade entre o PT e o PMDB fazia muita gente brigar em Mato Grosso do Sul. A inimizade começou na acirrada disputa pela Prefeitura de Campo Grande, em 1996, quando André Puccinelli (PMDB) venceu Zeca do PT por diferença mínima de votos, que gera desconfiança até hoje. De lá para 2012, muita coisa mudou e hoje muitos nem se lembram das brigas e graves trocas de acusações. A memória está limpa o suficiente para lideranças cogitarem uma dobradinha na eleição de 2014, com o senador Delcídio Amaral (PT) no Governo do Estado e André Puccinelli (PMDB) como senador.

A expectativa de dobradinha entre PT e PMDB é muito grande entre filiados dos dois lados. Com tática de dizer que tem candidato próprio, até para acalmar os ânimos e evitar saída de lideranças, o PMDB tenta maquiar a dobradinha, mas acaba se perdendo entre uma ou outra declaração de entusiastas.

O caso mais recente foi o da vice-governadora e forte candidata a uma das vagas em 2014, Simone Tebet (PMDB). Ela declarou que o casamento com o PSDB não tem mais volta e considerou a possibilidade de uma aliança com o PT. A dobradinha também é defendida pelos deputados Eduardo Rocha e Carlos Marun. Embora digam que preferem candidatura própria, eles ponderam que é preciso avaliar o potencial do concorrente para evitar que o partido perca bancada na Assembleia e na Câmara Federal.

Outros peemedebistas com grande liderança na Câmara de Campo Grande preferem não falar abertamente, mas julgam como certa a dobradinha. Eles ponderam que o partido errou ao lançar candidatura própria em Campo Grande e não deve repetir o equívoco no Estado, para correr o risco de novo “vexame”.

No PT a aliança também é aceita com naturalidade entre deputados. Cabo Almi e Pedro Kemp não descartam a chapa com antigos rivais. Porém, defendem pesquisas para saber se a aliança seria aprovada pela população.

Lideranças vivem diferenças entre quem defende aliança e opositores ao romance

Opostos

Atualmente, PT e PMDB vivem situações diferentes na briga por 2014. Após troca de acusações e ameaças de saída do partido, o PMDB conseguiu eleger o deputado estadual Junior Mochi para a presidência do diretório estadual. O deputado, reputado como conciliador, chegou ao posto depois que o ex-prefeito Nelsinho Trad (PMDB) pediu a cabeça de Esacheu Nascimento.

A briga entre Nelsinho e Esacheu esquentou quando o então presidente estadual disse que Simone era a candidata natural do PMDB em 2014, após “fracasso” de Nelsinho na eleição em Campo Grande, quando Edson Giroto (PMDB) perdeu para Alcides Bernal (PP). Nelsinho não gostou da acusação e declarou guerra a Esacheu, dizendo que sairia do partido se Esacheu continuasse. O ex-prefeito ganhou apoio de lideranças peemedebistas e, após muitas brigas, conseguiu fazer Esacheu ficar no posto de vice-presidente. Após briga no diretório estadual, o partido vive nova crise. Desta vez a discórdia está na escolha dos candidatos para disputa em 2014.

A situação do PT é diferente do PMDB. O partido já tem Delcídio Amaral (PT) como candidato. Porém, deve enfrentar uma traumática batalha pelo comando do diretório estadual. O ex-governador e agora vereador de Campo Grande, Zeca do PT, quer disputar a presidência do diretório estadual em novembro. Ele terá como concorrente o grupo de Delcídio, liderado pelo atual presidente do diretório estadual, Marcus Garcia.

Zeca avalia a disputa como positiva para o partido. Porém, a vitória dele pode por fim a algumas alianças que podem eleger Delcídio e que são avaliadas por ele como impossíveis. Dobradinhas com PMDB e PSDB são rejeitadas por Zeca, que defende chapa com partidos que apoiam a presidente Dilma Rousseff (PT). Zeca acredita que a população não entenderia uma dobradinha com o PMDB em Mato Grosso do Sul. (Midiamax)

 

Por: Da Redação