Corumbá

Maior dificuldade no controle à raiva é o número de cães nas ruas, diz CCZ

 

A vacinação antirrábica em Corumbá continua sendo feita duas vezes ao ano e de casa em casa. A última vez que houve ponto fixo para vacinação de animais no município foi em 2014, isso por recomendação do Ministério da Saúde. O órgão aconselha que em cidades onde aconteceram casos de raiva, a vacinação seja realizada nas residências, evitando aglomeração de animais. Além disso, a imunização deve ser feita duas vezes ao ano.

“Raiva é sempre tensão”, afirmou a médica-veterinária Walkíria Arruda, chefe do Centro de Controle de Zoonoses de Corumbá. “Comparado com 2015, que vai ser sempre nossa referência, a gente está com menores índices este ano. Tivemos um caso de raiva canina em abril, quando um cachorro pegou a doença através de um morcego, no conjunto Padre Ernesto Sassida”, relatou Walkíria.

O cão foi entregue ao CCZ com suspeita de cinomose, mas no ato da entrega, ele mordeu a dona e ficou em observação e teve seu material coletado. “A raiva sempre nos preocupa, estamos fazendo ainda a vacinação duas vezes ao ano, em cada casa. As pessoas estão tendo mais consciência de que quando são agredidas, precisam procurar uma unidade de saúde, tanto é que o número de observações aumentou e isso é muito importante”, afirmou Walkíria.

Segundo a veterinária, a principal dificuldade que Corumbá enfrenta para o controle da raiva é o grande número de cães soltos nas ruas. “A gente orienta as pessoas para não deixarem seus cães saírem de casa, mas os moradores tem o hábito de soltar o animal para fazer suas necessidades na rua e é nessa hora que o cachorro fica suscetível a doenças. Raiva é sempre tensão, sempre coletamos material e fazemos o processo preconizado pelo Ministério da Saúde”, disse a chefe do CCZ.

Ela frisou que não é recomendada a aglomeração de animais por causa da possibilidade de disseminação da raiva e outras doenças. “Por isso, nossa vacinação é de casa em casa, para não ter aglomeração. Esse protocolo é por dois anos, nesse período não pode haver nenhum caso, mas já tivemos um este ano, em abril. Pedimos muito a colaboração de quem faz eventos de que não pode haver essa aglomeração de cães”, disse Walkíria Arruda.

Os principais transmissores da raiva são animais silvestres como morcegos, gambás e macacos. Em Corumbá, o morcego é o principal transmissor da doença aos cães e gatos. Considerada incurável em animais e fatal em quase 100% dos casos em humanos, a raiva é a zoonose mais grave ainda em circulação no município. Os principais sintomas em animais são agressividade, salivação excessiva e paralisia.

O CCZ alerta para que pessoas que tenham tido contato com animais de rua e tenham recebido algum tipo de ataque, por meio de mordida ou arranhão, procurem uma unidade de saúde de maneira urgente. É importante saber também que a raiva pode ser transmitida pela lambida do animal infectado, já que o cão ou gato pode estar doente, com sintomas como salivação e tristeza, mas não apresentar agressividade. Animais domésticos que nunca foram vacinados ou que só tomaram uma dose da antirrábica na vida, e que apresentarem os sintomas da doença, devem ser isolados e o CCZ acionado.

Serviço: O Centro de Controle de Zoonoses fica localizado no bairro Guaicurus, na rua Bernardino Alves do Couto, nº 71. O telefone de contato é o 3233-2783. (Assessoria de Comunicação PMC)