Corumbá

Bloco Sandálias faz homenagem a Helô e abre Passarela do Samba

Nem a chuva desanimou os foliões que foram prestigiar o tradicional bloco e fazer homenagens a Helo Urt

 

Nem a chuva desanimou os foliões que foram prestigiar o tradicional bloco e fazer homenagens a Helo Urt

Pela sétima vez consecutiva o bloco Sandálias de Frei Mariano abre os desfiles na Passarela do Samba. Uma multidão se reuniu para curtir a noite de terça-feira (15) ao som de antigas marchinhas e do samba-enredo tema do bloco. A edição de 2012 também foi debaixo de fina chuva e um momento especial, quando os foliões prestaram homenagens à Heloísa Urt, uma das idealizadoras do bloco que “xispa” a tristeza e desmitifica uma antiga lenda corumbaense.

A concentração foi realizada na frente do Hotel Nacional, na rua América. Por volta das 23 horas o bloco começou a descer a rua Frei Mariano. Ao som de marchinhas antigas o bom público que participou do bloco espantou a tristeza e nem mesmo a chuva que teimosamente caia esfriou os ânimos dos foliões. O estandarte e o personagem que representa a figura do frei que supostamente jogou uma praga em Corumbá também marcaram presença no evento.

O prefeito de Corumbá Ruiter Cunha de Oliveira (PT) acompanhou a descida do tradicional bloco e reforçou importância do Sandálias de Frei Mariano dentro da programação do carnaval e, principalmente, lembrou de uma das idealizadoras. “É mais do que justo neste momento fazer uma homenagem para aquela que idealizou e, acima de tudo, lutou pelo bloco e por todas as manifestações culturais de nossa cidade. Uma guerreira que se comprometeu inteiramente para o resgate de nossas raízes”, comentou. Heloísa Urt, ex-diretora da Fundação de Cultura e Turismo do Pantanal faleceu em novembro de 2011.

O bloco foi criado em 2006. A princípio, contava apenas com servidores municipais. Foi uma forma de brincar com uma das lendas mais fortes do Pantanal sul-mato-grossense, as sandálias do Frei Mariano que, acusado de não pagar o relógio da igreja que acabara de construir, em 1887, vingou-se rogando uma praga contra os moradores de Corumbá. Expulso, ele enterrou suas sandálias em lugar incerto, afirmando que a cidade somente retomaria o desenvolvimento quando elas fossem desenterradas. (PMC)

Confira a letra do samba-enredo:

A turma do diz que me diz que
Diz/ que Frei Mariano
Enterrou suas sandálias
E azarou Corumbá – vôte!
Mas como praga de urubu
Não / mata cavalo
As sandálias de Frei Mariano
É carta fora do baralho
Fora com o chulé do padre!
Fora com o azar!
Hoje eu quero é folia
Hoje eu quero rosetar
Vôte, vôte, vôte, vôte!
Chispa, chispa, chispa!
Vôte, vôte, vôte, vôte!
Chispa, chispa, chispa, VÔTE!

 

Por: Da Redação